ANAIS DO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE MÉDICOS ESCRITORES – 2021

APRESENTAÇÃO

Minha jangada de vela,
Que vento queres levar?
Tu queres vento de terra,
Ou queres vento do mar?
Juvenal Galeno

Eis que a terra de Iracema, decantada por Alencar com os seus “verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba”, entrega aos nossos congressistas os presentes Anais do XXVIII Congresso Brasileiro de Médicos Escritores, evento conduzido pela Regional Ceará da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames/CE) na Terra da Luz, assim cognominada por ser a primeira província brasileira a abolir a escravidão no século XIX.

Com efeito, em 25 de março de 1884, portanto, quatro anos antes da promulgação da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, a antiga província do Ceará concedia liberdade a cerca de trinta mil cativos. Reconta a história oficial que o então prático marítimo Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, mais conhecido como o Dragão do Mar, já em 30 de agosto de 1881 bradara:
“No Porto do Ceará não se embarcam mais escravos”, interrompendo o trânsito dos cativos nessa capital provincial.
Esta obra, que reúne os principais acontecimentos relacionados ao congresso patrocinado pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, é aberta com as mensagens dos sobramistas dando as boas-vindas aos médicos escritores do Brasil que aderiram ao congresso, na condição de participantes, ainda que virtualmente, em decorrência da pandemia da Covid-19 no Brasil.

O livro contém todos os trabalhos aprovados para apresentação, as homenagens póstumas aos sobramistas falecidos recentemente e uma síntese das conferências programadas para exposição no congresso. Nele estão agregados também o programa e outras informações sobre os congressos anteriores e as diretorias atuais de Regionais da Sobrames. Um especial destaque foi conferido ao Projeto ELAM (Estudo da Literatura e Arte na Medicina) por seu papel indutor da vocação de futuros médicos escritores.

Ao Ceará se atribui a posse do rotulado “o maior rio seco do mundo”, o jornalista e escritor Demócrito Rocha descreveu o nosso principal rio com os seguintes versos:
O Rio Jaguaribe é uma artéria aberta por onde escorre e se perde o sangue do Ceará. / O mar não se tinge de vermelho porque o sangue do Ceará é azul …
Para encerrar, o sangue celeste do Ceará traz à lembrança as poesias de Patativa do Assaré que traduzem “o que há de mais puro na expressão do mundo do sertão”, recorrendo aos seus afamados versos, dispostos em “Cante Lá Que Eu Canto Cá”:
Poeta, cantô de rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.

Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Editor dos Anais do XXVIII Congresso Brasileiro de Médicos Escritores

Veja o livro dos Anais do XXVIII Congresso Brasileiro de Médicos Escritores em pdf

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